A Marinha de Israel interceptou, nesta segunda-feira (9), o veleiro Madleen, embarcação que transportava 12 ativistas internacionais em direção à Faixa de Gaza. Entre os tripulantes estavam nomes de destaque como a ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e o ator irlandês Liam Cunningham. O grupo buscava romper simbolicamente o bloqueio marítimo imposto ao território palestino desde 2007, levando uma pequena quantidade de alimentos e medicamentos para a população local.
Segundo informações oficiais, a interceptação ocorreu em águas próximas à costa de Gaza. Os militares israelenses abordaram o barco e conduziram os ativistas ao porto de Ashdod, em Israel, onde foram detidos e encaminhados para procedimentos de deportação. O governo israelense classificou a iniciativa como uma “provocação midiática”, reiterando que o bloqueio marítimo permanece necessário para impedir o contrabando de armas ao grupo Hamas.
Nas redes sociais, os ativistas relataram que foram abordados ainda em águas internacionais e alegaram ter sido “sequestrados” pelas forças israelenses. Vídeos publicados por integrantes da tripulação mostram o momento da interceptação e o apelo por apoio internacional à missão humanitária.
O episódio gerou reações imediatas de governos e organizações internacionais. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que o ativista brasileiro detido será repatriado e solicitou a libertação dos demais tripulantes. Diversos grupos de direitos humanos criticaram a ação de Israel e renovaram os pedidos para que a ajuda humanitária chegue sem restrições à população civil de Gaza.
O bloqueio marítimo à Faixa de Gaza, imposto por Israel há quase duas décadas, é motivo de recorrentes tensões diplomáticas e humanitárias. Enquanto autoridades israelenses defendem a medida como fundamental para a segurança nacional, críticos destacam o impacto negativo sobre a população civil palestina, que enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e outros insumos básicos.
A interceptação do Madleen reacende o debate internacional sobre os limites da segurança e da solidariedade humanitária em meio ao prolongado conflito no Oriente Médio. Até o momento, Israel mantém sua posição de não permitir a quebra do bloqueio, ao passo que ativistas e entidades globais seguem pressionando por maior acesso humanitário ao enclave palestino.
O caso segue repercutindo em diversos países, com manifestações públicas e diplomáticas exigindo respostas e soluções para a crise humanitária em Gaza.