O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete integrantes do chamado “núcleo 1” da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado compareceram nesta segunda-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes. A audiência, realizada em Brasília, foi cercada de expectativa e mobilizou apoiadores e opositores do ex-mandatário, além de representantes dos principais veículos de imprensa do país.
O caso ganhou notoriedade nacional ao apontar Bolsonaro como suposto comandante de uma articulação para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação, conduzida pelo STF, busca esclarecer se houve de fato uma tentativa de ruptura institucional e qual teria sido a participação dos acusados.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, foi o primeiro a ser ouvido. Segundo fontes próximas à defesa, os depoimentos reforçaram a versão de que não houve qualquer plano concreto para subverter a ordem democrática. Advogados dos réus afirmam que as acusações são infundadas e baseadas em interpretações equivocadas de reuniões e declarações políticas realizadas no calor do processo eleitoral.
Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes manteve o tom firme que tem caracterizado sua condução do inquérito, mas garantiu o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme prevê a Constituição. Bolsonaro, por sua vez, respondeu a todas as perguntas e reiterou sua confiança nas instituições brasileiras.
A defesa do ex-presidente destacou que o comparecimento ao STF evidencia o respeito ao devido processo legal e o compromisso com a transparência. “Nosso cliente jamais atentou contra a democracia. Estamos certos de que a verdade prevalecerá ao final do processo”, afirmou um dos advogados.
A expectativa é de que os depoimentos desta semana sejam decisivos para o andamento das investigações. O STF ainda deve analisar se há elementos suficientes para transformar os investigados em réus ou se arquiva parte das denúncias. Enquanto isso, o tema segue polarizando o debate político nacional e mobilizando a opinião pública.
A sociedade aguarda, agora, que a Justiça atue com equilíbrio, serenidade e respeito aos princípios constitucionais, garantindo que eventuais responsabilidades sejam apuradas sem atropelos ou prejulgamentos. O desfecho do caso será fundamental para a consolidação da democracia e para o fortalecimento das instituições brasileiras.
